Agosto do Xingu

Este mês o Pedal verde irá para a Praça Orlando Vilas Boas, uma agradável praça criada na Vila Leopoldina sobre um espaço que manipulava parte do lixo da cidade. Apesar de ser uma mudança simbólica essa de lixões e estações de transbordo em parques e praças, nossa cidade ainda se encontra a anos luz de uma gestão descente de seus resíduos. Sucintamente:

Encontro: Viveiro Manequinho Lopes (na casa dos Agrônomos)

Horário: 9h

Um pouco mais sobre o Orlando e o Xingu:

Orlando e seus irmãos participaram da expedição roncador xingu, que tinha por objetivo desbravar o meio oeste Brasileiro. Lá foram eles e com o lema de Marechal Rondon na cabeça: “Morrer se preciso, matar jamais.” Este instalou linhas de telégrafos em 1914 pelo Oeste Brasileiro e com Ascendência indígena não admitia um confronto armado com estes ao surgirem conflitos entre as partes durante a instalação das linhas telegráficas. Com esse mote os irmãos Vilas Boas se aproximaram da realidade indígena e se afeiçoaram a ela.

Assim passaram a defender a criação de um grande parque, um espaço geográfico que permitisse que aquele modo de vida pudesse se manter. Em meio a corrida para o oeste onde centenas de milhares de indígenas foram exterminados em busca da posse da terra a luta pela manutenção de um território como esses não foi tarefa simples e muitas vezes lhe rendeu enormes inimizades. Mesmo assim os irmãos se mantiveram firmes na luta pela defesa daquelas pessoas que mantinham, e em grandes traços ainda mantém, uma vida muito diferente daquela que nós urbanizados cultivamos ter. Uma vida alegre com festas comunitárias, musicas e responsabilidades compartilhadas.

Uma dessas responsabilidades compartilhadas é o cuidado com as crianças. Orlando, que foi o irmão que mais escreveu, conta de um episódio em que se banhando no rio acompanhado de uma criança mergulha e ao levantar percebe que a criança não está mais por perto. Entra em desespero e começa a mergulhar mais e buscar a criança que com ele estava. Então num momento já de desesperança percebe a criança na margem do rio, voltando para a água. Se acalma e pergunta para a criança onde estivera, ela responde que foi fazer xixi. Então ele pergunta por que saíra do rio para isso e a criança lhe responde que não é permitido urinar no rio, pois isso fere a alma do grande rio. Com esse episódio Orlando retrata o cuidado com a água e o meio ambiente que pode não ter uma base cientifica, mas que têm um forte papel no imaginário destes povos tradicionais que habitam a região.

Hoje está em curso a construção de uma barragem nas cabeceiras do xingu, a famosa belo monte, que têm divergências grandes em relação ao seu potencial de fornecimento de energia. Dizem alguns que essa barragem só está saindo por causa do dinossauro Sarney, uma espécie digna de extinção que ainda caciqueia parte da politicagem nacional. Essa barragem têm por objetivo manter um modo de vida aos quais os povos tradicionais começam a se acostumar, internet, tv, espremedor de laranjas e por ai vai… Grande parte dos arredores do parque já estão desmatados, vide fig:

Salve a água boa do Xingu ou http://www.yikatuxingu.org.br/ numa das línguas locais é uma campanha que busca uma compreensão sobre a questão dessas águas.

Até amanhã!

1 comentário

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Uma resposta para “Agosto do Xingu

  1. Solange Martins

    É bom saber! Namaskar!

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