ESCLARECIMENTOS SOBRE A MARGINAL DO TIETE PELA SVMA

Abaixo transcrevemos o ESCLARECIMENTO SOBRE A MARGINAL DO TIETE FEITO PELA SVMA

deMonica Cristina Ribeiro <mocribeiro@prefeitura.sp.gov.br>
para”pedalverde@gmail.com” <pedalverde@gmail.com>

data23 de junho de 2009 11:27
assuntoESCLARECIMENTOS SOBRE A MARGINAL DO TIETÊ
enviado porprefeitura.sp.gov.br

ocultar detalhes 11:27 (4 horas atrás) Responder
Prezados amigos do Pedal Verde
 
Encaminho esclarecimentos da Secretaria do Verde sobre o licenciamento da Marginal do Tiêtê
Atenciosamente,
 
 
Assessoria de Comunicação/SVMA
(11) 3396-3076/3078
 
 
O Brasil tem acompanhado o empate entre presidente da república, empreiteiras, ministros variados, ambientalistas  etc, em torno do licenciamento ambiental de grandes obras públicas no país.  A delicada e complexa relação entre desenvolvimento  econômico e meio ambiente pede soluções equilibradas. Uma questão técnica que na verdade se revela política e até filosófica, na medida em que reflete o modelo de sociedade que precisamos no século XXI.  Assim,  é interessante verificar como o estado e a prefeitura de São Paulo têm conseguido se sair nestes impasses.
Neste momento  inicia-se  a reforma da marginal do Tietê e estamos no processo de  dois outros licenciamentos:  o  trecho leste do Rodoanel e ligação do trecho sul do Rodoanel com as rodovias Ayrton Senna e Dutra, via reformulação da Av. Jacu Pêssego na zona leste de São Paulo.
No caso da marginal do Tietê o licenciamento começou a tramitar na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente  da Prefeitura de São Paulo  em 22/12/2008.    Cumprindo todo o ritual da Lei, a Secretaria de Transportes do Governo Estadual e a Secretaria de Obras Municipal passaram o projeto por Audiências Públicas, consultas a vários órgãos municipais e estaduais, votação no Conselho Municipal do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CADES) e nas Comissões Técnicas e Assessorias do CADES, conseguindo primeiro a Licença Ambiental Prévia (LAP) em 20/03/2009, depois a Licença Ambiental de Instalação (LAI) em  29/05/2009  e finalmente o Termo de Compromisso Ambiental (TCA) em  03/06/2009. Vejam, estamos conseguindo  licenciar  uma obra deste porte, cerca de 800 milhões de reais, numa localização muito complexa, em 6 meses.
E  ela não deixa de ter seu conteúdo polêmico, delicado e difícil, como nos referíamos nos parágrafos iniciais, porque nossa posição é de crítica à opção rodoviarista que foi feita pelo país no século passado dentro e fora das cidades. Entretanto, também temos a consciência que uma mudança desta opção exige uma vontade e articulação nacional e que é meta, necessariamente, de longo prazo, envolvendo investimentos em mobilidade via trilhos e pelas águas de grande alcance. No curto e médio prazos, medidas ainda na lógica do antigo modelo devem ser tomadas para não inviabilizar a mobilidade das cidades e do país, ao mesmo tempo que se investe em trem, metrô, trólebus , corredores  etc  como vêm fazendo os governos estadual e municipal de São Paulo.
 No  médio prazo teremos a implantação total do Rodoanel Mário Covas, já concluído no seu trecho oeste, em conclusão no trecho sul (maior obra de engenharia hoje no Brasil) e em licitação no trecho leste. O trecho norte está em discussão para escolha do melhor traçado.
No curto prazo  teremos a ligação que vai ser feita entre Mauá (final do trecho sul do Rodoanel) com Guarulhos (para alcançar as rodovias Dutra e Ayrton Senna) pela reforma e ampliação da Av. Jacu Pêssego, que será uma via alternativa  enquanto não se implanta o trecho leste do Rodoanel. Após esta nova etapa concluída, a Av. Jacu Pêssego continuará sendo uma via com vocação de base logística que impulsionará o desenvolvimento da zona leste, permitindo que trabalho perto de casa seja oferecido à população daquela parte da capital.
É neste mesmo horizonte de urgência que se inclui a reforma da Marginal do Tietê, que será a via de ligação entre o final do trecho leste e o início do trecho oeste do Rodoanel enquanto não tivermos o trecho norte construído, uma obra  problemática do ponto de vista ambiental.
Quais os principais impactos negativos de uma obra como esta? O aumento da impermeabilização numa área já quase totalmente impermeabilizada ao longo da atual Marginal e o corte de 559 árvores no entorno da via em um universo de 4.589 árvores existentes no local.
Quais são os principais impactos positivos?  Com a melhora do fluxo do trânsito, haverá diminuição da poluição com repercussões na saúde humana local e com a melhor eficiência energética, haverá diminuição das emissões de gases de efeito estufa causadores do aquecimento global. Teremos início imediato da estrada parque e  ciclovia do  novo Parque Linear do Alto Tietê, que irá da região de Ermelino Matarazzo até Salesópolis. Será o maior parque linear urbano do mundo, que permitirá preservar e ampliar as áreas de várzeas protegidas para combater as enchentes na região metropolitana (grande ação de adaptação às mudanças climáticas)  e reurbanizar toda uma região muito empobrecida e com presença débil dos serviços estatais, proporcionando opções culturais, ambientais, de lazer e econômicas que vão permitir uma maior integração desta população. É um ganho  ambiental muito maior do que a perda de permeabilidade que vai acontecer ao longo da Marginal.
Haverá ainda o plantio de 83 mil árvores no entorno da Marginal nas subprefeituras vizinhas, contribuindo para reduzir as ilhas de calor e melhorar os índices de umidade relativa do ar com repercussões positivas para a saúde dos habitantes dos bairros  e 4.900 na própria Marginal, que dobrará assim sua própria cobertura arbórea. Mais 63 mil mudas serão plantadas na região da Área de Proteção Ambiental do Tietê, no território da cidade de São Paulo, entre outras programações previstas na Licença de Instalação dada pela SVMA. São 6% em  compensações ambientais em relação ao valor da intervenção.  
Como no caso de outra obra de grande porte, o trecho sul do Rodoanel  na capital,  fomos bastante cautelosos  em determinar a segurança ambiental a ser exigida para que o balanço dos impactos negativos/positivos permita  aprovar  a realização do projeto.    No Rodoanel, a  compensação acertada foi exigência de quatro unidades de conservação e de uma estrada parque ao longo da rodovia de até 300 metros de cada lado, criando um corredor biológico entre os parques  (15 milhões de m² de área protegida) .  Nos dois casos os governos estadual e municipal cumprirão  rigorosamente as compensações previstas pela licença expedida.  E  cabe à  SVMA irá fiscalizar de perto cada um dos compromissos ambientais
Para facilitar a visão sobre os impactos e compensações:
Situação atual
4.589 árvores
559 serão cortadas – destas, 419 árvores são exóticas, como fícus elásticas, eucaliptos, chorões etc
Compensação
Plantio de 4.900 novas árvores na própria Marginal, que desta forma terminará com 4.900 + 4.030 = 9.930  árvores
Plantio de 83 mil árvores nas Subprefeituras do entorno da Marginal (Subprefeituras de Pirituba, Lapa, Sé, Vila Maria, Mooca etc).
Plantio de 63 mil mudas no Parque Ecológico do Tietê.
Total do plantio para compensar o corte das 559 árvores = 150.900 novas árvores
Início  do Parque Linear do Alto Tietê, com construção de Via Parque e Ciclovia saindo da Penha e indo em direção à fronteira com Itaquaquecetuba, visando garantir as várzeas do Alto Tietê, garantir permeabilidade e combate às enchentes e criar opções de lazer para toda a população do entorno. Será o maior parque linear do mundo, pois o projeto completo vai até Salesópolis, nas nascentes do Tietê.

9 Comentários

Arquivado em Uncategorized

9 Respostas para “ESCLARECIMENTOS SOBRE A MARGINAL DO TIETE PELA SVMA

  1. Oi passando para desejar felicidades e dizer que adorei o blog, peço para dar uma olhadinha no meu: http://gilbertogil.wordpress.com/ ´´Descrevo,como vejo´´ é um blog de humor criado no intuito de fazer humor ao mesmo tempo informar, lá você pode se divertir e fazer donwloads de livros como crepúsculo, o segredo e muito mais..acompanhar o concurso beldades do orkut 2009 e votar. Espero que gostem e comentem, dessa forma iremos crescer juntos….valeu…!

  2. Matias Mickenhagen

    Entendo suas posições Monica, mas esta opção roviária que foi feita, não apenas pelo Brasil, se mostra falida e os esforços não devem continuar por esta direção. Além disso acho interessante em seu texto dizer que o processo começou no fim de 2008, rápido não? E argumentar com o numero de árvores não é válido para mim, a questão é onde essas estão.

  3. thiago

    Pra mim é ASSUSTADORA a velocidade da licença ambiental. Quer dizer que já têm mapeados o local de todas a milhares de mudas que vão plantar, que sabem o que vai acontecer com os pássaros que usavam as árvores, que já calcularam quanto vai aumentar a temperatura, quanto de água deixará de ser absorvida pelas árvores centenárias e pelo solo… Uau: e eu que achava que a SVMA era o patinho feio, sem grana, sem estrutura, sem poder….

  4. thiago

    Bom, vale acrescentar que 22/12/2008 é uma data simbólica, não é mesmo? Ou tinha alguém estudando isso entre o natal e o começo de janeiro?

  5. thiago

    Pra aprofundar um pouco: infelizmente a SVMA é o patinho feio e continuará a ser. E isso agrava a perspectiva assustadora da obra, já que sabemos que essa compensação não será cumprida. As proporções apresentadasas para “compensar”, mesmo que científicamente provadas (como tantas outras atrocidades provadas por A+B), ou são gigantescas em proporção ou tem um prazo longuíssimo até que deixem de ser propaganda e passem a ser realidade (quanto tempo até as milhares de árvores plantadas?).

    A obra, por sua vez, é rápida e avassaladora. Ficará pronta ali, na véspera da eleição. Daqui pouco mais de um ano estará impermeabilizando o solo, estimulando o transporte individual, prejudicando o rio, afastando fauna, tirando sombra…

    Se somarmos tudo isso somado aos resquícios patrimonialistas da política brasileira e às urgentes necessidades da cidade, só consigo ver que não há nenhum cabimento nessa obra.

    Sei também que boas pessoas e boas iniciativas dentro de órgãos públicos estão sujeitos à truculência dos setores mais poderosos. Estes, por sua vez, sempre estiveram ligados à política de motorizar, vender e explorar São Paulo. Portanto, adoraria que tudo o que está escrito na carta da SVMA fosse verdade. Mas não consigo…

  6. Pingback: Protesto contra o corte das árvores da Marginal | + Vá de bike! +

  7. Mauricio Bussab

    Vou raciocinar também com a matemática como a colega. Se as 559 arvores nao fossem cortadas mas as outras fossem plantadas, teriamos: 9.930 + 559 = 10489 arvores. Se nao fosse feita a obra, teriamos mais verba para aplicar em transporte coletivo ou ciclovias. O problema é sempre a opção pelo carro. Vamos desistir dos carros por favor a aprender a pensar em transporte coletivo.

    • Excelente Maurício, a matemática está correta, porém o raciocínio está errado…
      Mais uma vez pensando só nos carros, daqui a pouco as marginais terão 20 pistas e mesmo assim teremos muito mais carros e milhares de quilômetros de trânsito! Esse é o raciocínio errado, totalmente errado.

  8. Juliana

    acrescentando,
    mais pistas NÃO significam maior fluidez no trânsito, so significa que teremos mais pistas congestionadas – e nem sera questão de tempo, isso vai acontecer bem rapido.
    Essa obra so interessa à proxima candidatura do Serra(arvores). Toda a VIDA da cidade que se vire.

Deixe um comentário